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Parte 2-Patagônia (de Pucón a Puerto Varas de carro)

-Primeiro dia: de Temuco a Pucón:

Depois de termos partido do Atacama (com um gostinho de quero mais), pegamos o vôo da Sky de Calama até Temuco, que é o aeroporto mais próximo de Pucón (existe um pequeno aeroporto em Pucón, porém ele permanece fechado a maior parte do ano). O aeroporto de Temuco é relativamente longe do centro e a melhor opção de deslocamento até a cidade são as vans (custa 5.000 pesos/pessoa e já te deixa no seu hotel).

Temuco é uma cidade relativamente grande, tem um centro comercial bem estruturado e movimentado. Fui numa loja de departamentos (Lojas Paris) comprar o assento de crianças (custou 9.000 pesos, o aluguel do equipamento sairia 5.000/dia, então compensou).

Em destaque todo o trecho percorrido de carro

Centro da cidade de Temuco

Pegamos nosso carro na locadora Rosselot (eles têm lojas no aeroporto e no centro da cidade) e seguimos em direção a Pucón.

As estradas estão em bom estado e são bem sinalizadas, na rodovia principal (Ruta 5), existem pedágios que normalmente são cobrados nas entradas e saídas de cada cidade, portanto é bom ter pesos na carteira para o pagamento.

A distância Temuco/Pucón é de cerca de 120km, passando pela cidade de Vilarrica, às margens do lago de mesmo nome. No caminho já é possível avistar o majestoso vulcão Vilarrica.

Um trecho da estrada Temuco-Pucón

Vilarrica é uma cidade bonitinha, porém não com a mesma estrutura turistica de Pucón, mas cada vez mais pessoas optam por se hospedar lá, devido aos preços mais baixos. Como o tempo estava meio feio, só demos uma paradinha para umas fotos na beira do lago.

A hospedagem foi no belíssimo Hotel Monte Verde, que tem uma ótima estrutura. Embora não fique no centro de Pucon (fica a cerca de 5 km), é uma ótima opção para quem estiver de carro, sua localização é muito boa, junto à estrada Vilarrica-Pucón e com uma vista linda do lago. Tem chalés e cabanas amplas e completas, totalmente mobiliadas e com utensílios para quem quiser cozinhar em casa. O café da manhã é deixado nos chalés para podemos ficar bem à vontade... enfim, é uma ótima escolha para famílias com crianças (ou não).

 

Chalés do Hotel Monte Verde

A sala dos chalés

 

Um presentinho de boas vindas na chegada

Faz frio de madrugada

Devidamente instalados no hotel, partimos para o primeiro passeio, que foi chegar ao vulcão Vilarrica. Apesar da minha vontade, como geólogo, de escalar até o cume do vulcão,como estavamos com o pequeno Henrique, fomos somente até a base dele para tentar subir o teleférico, Infelizmente estava parado. Um dos inconvenientes de viajar em meia estação é que algumas coisas não funcionam... Mas chegar até a base do vulcão já vale muito a pena, apesar do tempo não ter colaborado (muito nublado). Aliás, achávamos que pegar tempo nublado já seria lucro, porque nossa previsão é que iriamos pegar muitos dias com muita chuva (comum na região nesta época do ano), mas felizmente São Pedro colaborou conosco e não pegamos um dia sequer com chuva!!!

O acesso até o vulcão é por uma estradinha de terra (rípio) em bom estado (14 km).

A caminho do vulcão Vilarrica

Parte do caminho é por estrada de terra

O teleférico não estava funcionando...

A cidade de Pucón, além de ser o ponto de partida para quem quer conhecer a porção centro-sul do Chile, é uma atração à parte. Tem uma localização privilegiada, às margens do lago Vilarrica e com vista permanente do vulcão. A cidade é encantadora, lembra um pouco Campos do Jordão ou Bariloche, não só na arquitetura como também no astral da cidade. O coração da cidade é no eixo da Av. Bernardo O'Higgins, que concentra os restaurantes (muito bons por sinal), comércio e bancos. Para comer, a cidade tem ótimos restaurantes, com destaque para a culinária italiana. Uma ótima opção é a Pizzaria Cala... massas deliciosas, ambiente acolhedor e preços justos (pizza + refri para 3 por 13.000 pesos).

O centro da bela Pucón...

 

Um local super gostoso pra ficar curtindo a vista do lago é chamado La Poza, no final da Av. Bernardo O'Higgins ... tem jardins, vista total do vulcão e um belo por do sol.

La Poza

Vale lembrar que o vulcão Vilarrica encontra-se em atividade, sempre tem uma fumacinha saindo de sua cratera e em função disso a cidade tem rotas e planos de evacuação, numa eventual erupção mais forte,

 

-Segundo dia: Termas Geométricas:

Situa-se a 85km de Pucón. É necessário retornar até Vilarrica e de lá seguir até a cidade de Lican Ray, seguindo até Coñaripe (por asfalto), e de lá pegar uma estradinha de terra até chegar ao local.

Lican Ray, a caminho das Termas

Trecho de estrada de terra, entre Coñaripe e as Termas

É muito organizado, tem banheiros, vestiário com armários com cadeados, para maior segurança e conforto. O ingresso é meio caro (24.000 pesos/adulto e 12.000/criança, aceitam cartão de crédito). São várias piscinas onde água de fontes termais são represadas, com temperaturas desde mornas até muito quentes (onde é proibido o banho). O charme fica por conta da passarela de madeira vermelha interligando as piscinas, e no final dela tem uma pequena cachoeira.

-Terceiro dia: Ojos del Caburgua e Lago Caburgua:

O primeiro ponto de parada deste dia foi nos Ojos del Caburgua, uma cachoeira com águas super azuis. O ingresso é de 1.000 pesos/pessoa. Fica a cerca de 15 km de distância, seguindo pela estrada na direção oposta a Vilarrica. Acabei optando por um caminho menos óbvio porém bem mais interessante, pegando uma bela estradinha de terra (saindo de Pucón na direção leste, uns 3 km depois pegar uma rua a esquerda em direção a Quelhue, no final dela virar a direita e seguir por uns 10 km), passando por belos bosques e fazendas.

Retornamos ao asfalto e seguimos até o Lago Caburgua (6 km adiante). A estrada termina na cidade de Caburgua, às margens do lago, em um local chamado Playa Negra (por causa das areias escuras). Estava vazio, mas no verão fica muito muvucada. Está sendo construído um calçadão na beira do lago.

Playa Negra, no Lago Caburgua

Calçadão que está sendo construído

Henrique brincando na Playa Negra

Seguimos adiante, por acesso asfaltado do lado esquerdo do lago por cerca de 2 km, até a Playa Blanca, com areias mais claras. O carro tem que ficar parado na rua e o acesso a pé é através de um acesso no meio das casas (uma espécie de condomínio de casas.

 

Pé na estrada novamente, retornamos pela mesma estrada e pegamos o primeiro acesso a esquerda (em direção a Paillaco), seguindo por estradinha de terra por cerca de 6km até chegar ao Lago Tinquilco, na entrada do Parque Nacional Huerquehue. Como já estava meio tarde, não andamos no parque, mas valeu pela vista do lago e principalmente pelo caminho, cheio de curvas e ladeiras e com um visual belíssimo dos bosques e do vulcão Vilarrica.

-Quarto dia: Choshuenko e Parque Nacional Huilo Huilo:

Reservamos este dia para visitarmos a região ao sul de Pucón, percorrendo parte da Ruta de los 7 Lagos. Inicialmente, o trajeto é o mesmo das Termas Geométricas até chegar a Lican Ray, mas chegando a esta cidade, contornamos o Lago Calafquen pelo lado oeste (em direção a cidade de Panguipuli). Depois, pegamos um pequeno trecho em estrada de terra até chegar ao povoado Calafquen, para em seguida retomarmos o asfalto contornando o Lago Panguipulli até chegar à cidadezinha de Choshuenko. É um belíssimo trajeto, sendo que neste trecho contornando o lago Panguipulli existem mirantes para apreciar a incrível vista do lago com o vulcão Choshuenko (2.415m) ao fundo. A distância de Pucón até esta região é de 120km.

A estrada é bem sinalizada, mas a ajuda do aplicativo Here Maps instalado no celular foi perfeita, mesmo nos raros trechos sem cobertura do celular ou internet.

O pequeno trecho de terra estava em bom estado

 

Mirantes no trecho que vai contornando o Lago Panguipulli

O belo vulcão Choshuenko

A cidadezinha de Choshuenko, no extremo sul do Lago Panguipulli tem uma praia com um visual muito bonito, perfeita para banho ou simplesmente relaxar admirando a bela paisagem.

A região é tão tranquila que quando parei no posto policial para pedir informações, o guarda estava sozinho almoçando e levou um susto ao ver alguem entrando no local. Tinha ido em busca de informação sobre postos de gasolina (que não existem em abundância por lá, como comentei no post inicial). O único posto era em Neltume, a cerca de 20km, numa bomba meio improvisada num local meio escondido. Tanque cheio, seguimos em direçao a Puerto Fuy, um vilarejo as margens do Lago Pirihueico de onde partem balsas com destino à Argentina (San Martin de los Andes). O visual é bonito e a praia bem gostosa...

Balsas partindo em direção à Argentina

Água tava fria......

A seguir visitamos o Parque Huilo huilo, porém como já estava no final da tarde, não conseguimos visitar suas inúmeras atrações (como as cachoeiras, trilhas, etc...). O ideal seria passar uns dias hospedados nessa região (tem alguns hotéis bem exóticos por lá). Mas deu para visitarmos os javalis e os cervos (criados soltos, no meio dos bosques).

E assim, presenteados por um belo luar, nos despedimos da encantadora região de Pucón...

-Quinto dia: Partindo de Pucón para Frutillar

Saímos de Pucón (passando por Vilarrica) até acessarmos novamente a Ruta 5 na cidade de Loncoche, seguindo na direção sul até a altura da cidade de Osorno, onde pegamos uma estrada secundária até a cidade de Puerto Octay, as margens do Lago Llanquihue, num percurso total de 280 km.

Puerto Octay é uma pacata cidadezinha, onde o dias seguem muito tranquilos, mas sem muita vocação para o turismo.

De lá, seguimos para Frutillar, onde preferimos seguir por uma simpática estradinha de terra (passando pelo povoado Los Bajos), margeando o lago e com o imponente vulcão Osorno emoldurando o horizonte.

 

O tempo não favoreceu as imagens, mas para não ser injusto com esta região tão linda, seguem as fotos abaixo tiradas em outra viagem, há 10 anos, no mês de Novembro:

Lago Llanquihue, com o Vulcão Osorno ao fundo

Pernoitamos em Frutillar, uma linda cidadezinha de colonização alemã, com casinhas de madeira, lareiras e jardins sempre floridos. Destaque para o Teatro del Lago, uma construção belíssima e que sedia alguns festivais de música que ocorrem todos os anos.

-Sexto dia: De Frutillar para Puerto Varas:

Partimos em direção a Puerto Varas, novamente dando preferencia a estradas secundárias que tornam o trajeto um pouco mais longo, porém muito mais agradável. Seguimos contornando o lago até a cidade de Llanquihue, e de lá obrigatoriamente tivemos que retomar a Ruta 5 até chegar em Puerto Varas.

Puerto Varas é uma cidade bonita e bem estruturada, com forte vocação para o turismo. A cidade conta com bons hotéis e restaurantes, a maioria na região central, próximo ao cassino e centro de turismo.

-Sétimo dia: subida do vulcão Osorno

Reservamos este dia para a principal atração desta região do Chile, que é a subida do vulcão Osorno. É um belíssimo vulcão (a semelhança com o Monte Fuji no Japão é tão grande que confunde até mesmo quem já conheceu os dois vulcões). É um cone perfeito, com o cume sempre branquinho devido à neve permanente em qualquer época do ano. Apesar de não ser muito alto (2.652m), ele é majestoso porque fica isolado de outras montanhas ao redor. O acesso é por estrada asfaltada (Ruta 225) e depois por um acesso (também asfaltado) que vai subindo até a base do vulcão. A distância de Puerto Varas é de 65km.

Estrada de acesso ao vulcão

 

Chegando à base do vulcão, existe um estacionamento com lanchonete e o teleférico (é um dos únicos que funcionam durante o ano todo, mesmo nas épocas de baixa estação). O legal é que eles tem uma câmera online, então dá para acompanhar em tempo real como está o tempo e o visual...

http://www.volcanosorno.com/index.php/camaras-online (na própria página tem o username e a senha).

A subida custa 14.000 pesos/pessoa e é feita em dois estágios: o primeiro dura 12 minutos e chega a 1450m (onde pode-se fazer algumas atividades como tirolesa ou trilhas) e no segundo atinge 1700 metros.

Base do vulcão: estacionamento, restaurante e saída do teleférico

Base do vulcão: estacionamento, restaurante e saída do teleférico

Vale muito a pena subir, a vista lá de cima é deslumbrante e em qualquer época do ano dá para brincar na neve no final do teleferico. Durante o inverno, o cenário muda, com a neve cobrindo até a base do vulcão.

Apesar de ter a alça de segurança, sempre é bom ter atenção redobrada com as crianças

Henrique curtiu de montão brincar na neve

 

No final do 2º trecho do teleférico, começa a neve permanente... daqui pra cima só escalando

De vez em quando ficamos no meio das nuvens

Ao final deste passeio, uma atração quase obrigatória é visitar os Saltos de Petrohué...são corredeiras em um rio de águas incrivelmente verdes com uma belíssima vista do Osorno ao fundo.

Saltos de Petrohué

E assim, terminou o dia e mais esta viagem inesquecível, que para nós não foi inédita, porém teve um gostinho todo especial pela companhia de nosso pequeno Henrique...Não sabemos se ele lembrará dos detalhes quando crescer, mas uma coisa nós temos certeza: ele curtiu muito a viagem, tomou gosto pela coisa, tanto é que hoje suas brincadeiras preferidas tem viagens como tema principal.

Viajar é muito bom, ter filhos é ótimo, mas conciliar tudo isso é uma coisa maravilhosa!!!

 

A cara do Henrique sintetiza o que estava sentindo pelo término da viagem...

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